6.3.09

spine of god


Ao deambular pela net, acabei por me por a ouvir uma banda norte americana, os Monster Magnet que me foi dada a conhecer por uma grande amiga minha, a F. Não está fora do país, mas seguramente que não nos encontramos há uns 15 anos. Num verão em Odeceixe, fazia a pé o percurso entre o parque de campismo e a praia, colocava o meu walkman e adorava ouvir duas das faixas que tinha na k7, Spine of God e Ozium. Uma estrada de terra batida que serpenteava ao lado da margem direita da ribeira de Odeceixe, onde era possível avistar vacas a pastar, carros de matrícula estrangeira literalmente a cair aos pedaços passavam por nós, paravam e cordialmente nos ofereciam boleia até á foz do rio. Hoje em dia dificilmente me enfiava dentro de um carro de desconhecidos. Ao chegarmos á foz, encontrávamos apenas um bar de praia em madeira e os seus frequentadores, onde se podia beber umas cervejas ao som de boa música e de um ambiente familiar de desconhecidos. O bar ficava a poucos metros da foz, jovens casais com crianças muito pequenas passavam ali o dia, pés pequeninos em equilíbrio em cima das pedras quentes, cães vagueavam lentamente entre as mesas á espera que alguém os lhes passasse a mão pelo pêlo. Estava-se ali o dia inteiro e depois o regresso ao parque. Todo aquele percurso me transportava para umas imagens que tinha visto do Robert Frank. E com aquela banda sonora tudo parecia perfeito mas um pouco surreal, era como se aquele espaço físico nada tivesse a ver com tudo o que lhe estava á volta. Sinto a falta da F. e de todo aquele ambiente, voltei lá uns anos mais tarde e nada daquilo persiste.
nota: a imagem é de Robert Frank

2 comentários:

Anónimo disse...

Também tenho tantas, tantas, tantas saudades tuas que ao ler o teu texto não pude deixar de ficar com os olhos húmidos, o que não dá muito jeito porque estou a trabalhar :).
Ás vezes sou um pouco fechada mas é feitío,estou já há muito para te mandar um beijinho muito grande pela tua perda, mas não tenho tido coragem, confesso, talvez por saber que para ti esta seja uma fase muito difícil e eu não saber o que dizer ,tudo parece sempre tão pouco e tão banal. Apenas te posso dizer aquilo que com o tempo te podes ter esquecido: podes sempre contar comigo como amiga e não apenas como uma memória.
Não me é fácil ir aí, mas podes vir cá? O que é que achas?
Muitos, muitos e muitos beijinhos F.
(gostei muito de te teres lembrado de mim)

Sandra C. disse...

Prometo que um dia aparecemos por aí.Beijinhos