Já falta pouco para o Natal. Vai ser o primeiro da minha vida já sem mãe, pai e avós para me mimar. Nunca fomos muitos sentados à mesa na ceia de Natal, quando era miúda éramos apenas 4, não sei por que razão, mas os meus avós sempre se recusaram a passar a ceia lá em casa, ficávamos só nós e no dia seguinte a minha mãe fazia uma grande trouxa e lá íamos até à casa deles almoçar. Nunca foram almoços muito animados, todos os filhos (excepto a minha mãe), netos e restantes familiares dos meus avós maternos viviam do outro lado do Atlântico, sei que os meus avós sentiam muito a falta de todos eles, apesar de não se falar sobre isso era isso o que se sentia no ar. Eram duas pessoas de ideias fixas, naquela casa nunca houve telefone (faziam questão que assim fosse) o que tornava a distância ainda maior, ansiavam sim, pela vinda do correio para terem notícias. Lembro-me de ver a minha avó com cartas na mão e pedir à minha mãe para as ler... se por um lado ficava feliz, por outro eram as saudades que sentia que a deixavam ficar com os olhos tristes.
Da comida recordo o caldo verde, os rolinhos de carne, o cabrito assado no forno, o arroz doce, a torta de coco (que o meu pai adorava), o bolo rei e o bolo de laranja em forma de coração. Faço questão de ter o caldo verde, o bolo, o arroz doce, as outras iguarias nunca me aventurei a fazer. Dessa forma, pareço ficar mais próxima dos Natais anteriores feitos em família, que recordo com uma enorme saudade.
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2 comentários:
O Natal pode ter várias portas e algumas não são nada acolhedoras...no entanto, acredito verdadeiramente que nós podemos construir o Natal como quisermos, podemos encostar uma porta e abrir uma nova. A nossa pré-disposição para um Natal quente é fundamental, eu preciso de acreditar que sim! O passado ajuda-me a valorizar o que agora tenho.Beijinho grande.
O Natal tem esse lado meio gordo de lembranças. Acredito que talvez seja por isso que muita gente o evite, pelo menos até chegarem as crianças... pois muda tudo, e acabamos por fazer as pazes com a história e recriar a magia que vivíamos ou nem por isso.
Cá em casa há cabrito assado no forno no dia 25/12. No dia 24/12 e pela 1ª vez não há bacalhau cozido com grão e couves. Podes sempre vir ao cabrito, pois nesse dia somos apenas 4. ;)
beijinho e tens uma família linda.
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